quarta-feira, 25 de abril de 2012

Facebook...A Sua Cara?


Camisetas com dizeres para chamar a atenção são coisa comum, cada qual competindo com a outra em graça e sutileza. Uma das minhas favoritas é aquela que diz: “Sociedade Nacional do Sarcasmo – Como Precisamos do Seu Apoio”. Sua escolha de camiseta é uma decisão de marketing pessoal. Você envia uma mensagem de quem você é e como quer ser notado.
Imagine-se usando uma camiseta proclamando suas informações pessoais. Todos que virem você saberão sobre a sua vida social, suas preferências, seus melhores momentos e seus piores defeitos. Ninguém vestiria uma camiseta assim porque fazê-lo seria como abandonar a privacidade, uma destruição dos limites sociais que precisamos para podermos experimentar e crescer.
O mau uso do Facebook é como vestir aquela camiseta e se expor. Facebook, a plataforma social arrasadora que tomou conta do mundo, permite que os usuários se conectem com outros e partilhem textos e links, programas e eventos, fotos e vídeos. Postar fotos de momentos privados para todos verem, partilhar com o mundo seus pensamentos pessoais sobre todos os assuntos, publicar preferências a quem quiser ver são atos de exibicionismo.
Você tem a tarefa de resistir ao anseio do exibicionismoUsuários responsáveis, aqueles que cuidam da própria privacidade e conseguem manter os limites adequados, podem superar este problema. Você sempre tem de proteger sua informação pessoal online, mantendo um firewall entre sua vida real e seu personagem online. O Facebook, que é projetado para revelação pessoal, é uma contínua tentação para invadir os limites da privacidade. Você tem a tarefa de resistir ao anseio do exibicionismo.
O facebook não é inerentemente bom ou mau. Não invade sua privacidade nem revela seus segredos pessoais. Se você usar sabiamente o Facebook, consciente de que a Internet não é o seu diário pessoal e que informação pública é, obviamente, pública, então você tem muito a ganhar com sua experiência. Um martelo pode ser usado para esmagar alguém na cabeça ou para construir uma casa. Você deve escolher como usar aquela ferramenta.
É sua escolha como usar a ferramenta do FacebookO Talmud tem um ditado sobre o prejuízo causado por espalhar fofocas: seu amigo tem um amigo (Kesubot 109b). Quando você faz fofoca a uma única pessoa, conta a história não apenas para aquele amigo, mas para todo amigo que ele tem. Este é o perigo do Facebook. Sua constrangedora história é espalhada para os seus amigos, que podem muito bem passá-la também para os amigos deles. Enquanto este círculo de íntimos cresce exponencialmente, o mesmo acontece com sua indiscrição. Mas este poder também pode ser usado para o bem. Sua história inspiradora é espalhada com a mesma facildiade pela rede de contatos sociais. Suas boas notícias ou sua ideia inovadora viaja até seus amigos, que por sua vez também têm amigos. Logo a alegria e o entusiasmo iluminam o dia de centenas de pessoas e estimulam muitas mentes criativas. É sua opção como usar o martelo do Facebook.
A Câmara de Eco
O Talmud declara que o ideal seria a pessoa estudar com pelo menos dois professores em sua carreira acadêmica (Avodá Zará 19a). Os pontos de vista variados ampliam seus horizontes, forçando você a pensar cuidadosamente e impedir que embarque na zona de conforto do pensamento em grupo.
O Facebook, como grande parte dos fenômenos da internet e notícias via cabo, pode minar essa atitude. Quando nos associamos quase que exclusivamente com pessoas que pensam como nós, entramos numa câmara de eco que ressoa com o mesmo e único ponto de vista. Nunca consideramos outras opiniões ou questionamos as ideias constantemente repetidas que nos cercam.
O Facebook amplia este problema. A partilha de pensamentos, artigos, links e outros dentro de um círculo social cria uma comunidade envolvente de pensamento em grupo. A câmara de eco é ensurdecedora. Mas não precisa ser. O Facebook pode servir a um propósito oposto para aqueles que estão abertos à variedade.
Seu amigo tem um amigo, e assim ad infinitum. Este princípio talmúdico, que serve como base teórica do Facebook, pode se fundir com o conselho talmúdico de estudar com múltiplos professores para criar uma experiência educativa robusta. Quando os círculos sociais se cruzam, você conhece pessoas com diferentes educações e pontos de vista. Aprende sobre as experiências, pensamentose interesses de pessoas que pensam diferente de você. O Facebook, quando usado corretamente, é a solução para a Internet. Rompe a câmara de eco. Expande seus interesses, ensina a você novas ideias e abordagens, e permite que veja o mundo através dos olhos dos outros.

A Internet deve ser construída com responsabilidade. Isso exige viver basicamente no mundo real e usar a Internet como ferramenta. Você tem de evitar comportamento viciante e afastar-se daquilo que acha excesso de partilha de informações por partes das outras pessoas. O exibicionismo de alguém não precisa ser o seu voyerismo. Ignore-o e siga em frente. Procure conversas inteligentes e tópicos estimulantes. O Facebook é uma maneira de compartilhar com outros aquilo que você pensa poder interessá-los e da mesma forma partilhar aquilo que eles pensam que pode interessar a você. Para engajar-se na experiência enriquecedora você deve encontrar pessoas que tenham algo valioso a oferecer.
Usar o Facebook para construir em vez de destruir exige reflexão e planejamento. Embora o comportamento responsável seja um traço adquirido, aquele que domina este talento enfrenta vastas oportunidades para o crescimento pessoal.

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